terça-feira, 6 de setembro de 2022

Estacas e Templos no Brasil


Na Conferência Geral de abril de 2018, o Presidente Russell M. Nelson iniciou algo que a princípio pareceu surpreendente e fora do comum, mas com o que nos acostumamos, sem deixar de ser extraordinário. Me refiro ao anúncio de novos templos, num ritmo e numa quantidade espetaculares.

Na sessão de encerramento de sua primeira Conferência Geral como Presidente da Igreja, o Presidente Nelson reconheceu que, naquele momento, havia 159 Templos dedicados no mundo, e muitos mais em construção. Ao final de seu discurso, anunciou a construção de sete novos templos.

Em cada uma das Conferências seguintes, o Presidente Nelson continuou a anunciar mais Templos, em quantidades que variam de 6 a 20 por Conferência (o número que mais se repete é 8), que, somados ao Templo de Ephraim Utah (anunciado numa conferência regional), fazem um total de 100 templos anunciados em cerca de 4 anos [1].

Se lembrarmos que o 100º Templo da Igreja (Templo de Boston Massachusetts, dedicado em outubro de 2000), foi anunciado em 1995 [2], vemos que levou 165 anos para que a Igreja restaurada anunciasse 100 Templos (isso é apenas uma aproximação, pois o 100º templo a ser anunciado não foi necessariamente o 100º a ser dedicado). No entanto, em apenas 4 anos o Presidente Nelson já alcançou esse mesmo número.

Muitos desses Templos serão os primeiros em seus países, como Bengaluru Índia, Dubai Emirados Árabes, ou Bruxelas Bélgica. Outros, serão construídos em países que já possuem Templos, como é o caso de Salta Argentina, Xangai China, e Neiafu Tonga.

Mas também há casos de Templos anunciados em regiões onde já há Templos bastante próximos, inclusive na mesma cidade. São Paulo Leste Brasil, Santiago Oeste Chile e os 11 Templos anunciados no estado de Utah (que já tem 14 Templos em funcionamento hoje) são exemplos disso.

Então, o que faz com que seja necessário construir um Templo em determinado lugar, mesmo em situações tão diferentes?

A distribuição dos Templos na geografia do Brasil me faz observar algumas coisas interessantes, alguns padrões, que podem parecer apenas coincidência, mas que, como diz no filme O Milagre que Cokeville, é coincidência demais para ser só coincidência. Essas tendências podem nos ajudar a compreender o porque de termos tantos Templos no mundo, em especial no Brasil.

O próprio Presidente Nelson afirmou que “boa inspiração é baseada em boa informação” [3]. Então, analisar informações sobre o estado da Igreja em nosso país pode nos ajudar a acompanhar a visão profética do Presidente Nelson, e nos permite estar preparados para o que o Senhor ainda nos revelará por meio de Seu Profeta.

Primeiro, precisamos compreender as divisões geográficas que a Igreja adota.

A Igreja divide todo o globo terrestre em Áreas (cada uma tem sua Presidência de Área). Dentro das Áreas, a próxima divisão geográfica são os Distritos de Templo - cada Templo tem uma região geográfica de onde os membros são designados a frequentá-lo. Esses Distritos se dividem em Conselhos de Coordenação, que por sua vez são compostos por Estacas/Distritos/Missões, que se dividem em Alas/Ramos.

Com bem poucas exceções, todo o território do planeta se encontra dentro dos limites de uma Ala ou Ramo, e consequentemente dentro de uma Estaca ou Distrito, Conselho de Coordenação, e assim por diante.

O território brasileiro (com exceção de algumas regiões de fronteira) está sob a jurisdição da Área Brasil da Igreja. A Área Brasil possui 36 Conselhos de Coordenação que se agrupam em 8 Distritos de Templo.

Quando cada Templo é anunciado, isso significa que será criado mais um Distrito de Templo, e normalmente isso acontece porque a quantidade de Estacas e Distritos que fazem parte dos Conselhos de Coordenação designados a esse Templo cresceu muito. Isso justifica tanto o anúncio de 11 Templos na Área Utah (que possui 62 Conselhos de Coordenação) quanto o anúncio de um Templo em Dubai (que será o primeiro Templo da Área Oriente Médio/África Norte).

Quem melhor explicou esse processo foi Dallin H. Oaks, hoje Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência, quando era membro do Quórum dos Doze e presidiu a Conferência em que se organizou a primeira Estaca na Índia, em maio de 2012. Ele disse:

No Velho Testamento, o profeta Isaías comparou Israel a uma tenda que abrigava os filhos de Israel. A Igreja hoje é a tenda. Todos nós sabemos que uma tenda deve ser apoiada por estacas. Agora que Hyderabad é uma estaca de Sião, vocês deverão dar um passo à frente e oferecer mais apoio com seu dízimo e com o trabalho missionário.

À medida que a Igreja na Índia crescer, virá o tempo em que o profeta será inspirado a construir um templo no país. Cada estaca criada aumenta a probabilidade da existência de um templo. À medida que os membros demonstrarem dignidade e comprometimento, o templo será a consequência lógica. [4]

A expressão “consequência lógica” é o que mais me chama a atenção nesse trecho do discurso do Presidente Oaks. Para mim, isso quer dizer que o Senhor tem um plano lógico e ordenado para o anúncio e construção de Templos, e esse processo passa necessariamente pela edificação de mais Estacas.

Para o estabelecimento de Sião na terra, cada membro é importante. Cada recomendação para o Templo ativa é importante. Cada missionário de Tempo Integral é importante. Cada dizimista integral é importante. Tudo isso fortalece as Estacas, e com mais Estacas fortes, o Senhor poderá edificar mais Templos na terra - Templos que serão apoiados pelas Estacas.

No caso da Índia, a primeira Estaca foi organizada em 2012. Hoje, a Índia possui 4 Estacas. Então, o anúncio de um Templo em Bengaluru não deveria ser uma surpresa - apesar de ser uma grata notícia.

No Brasil, temos atualmente 8 Templos em funcionamento (São Paulo, Recife, Porto Alegre, Campinas, Curitiba, Manaus, Fortaleza, e Rio de Janeiro), e consequentemente temos 8 Distritos de Templo que atendem a 321 Estacas e Distritos do Brasil. À medida que a Igreja continue a crescer no Brasil, mais Conselhos de Coordenação serão criados e mais Templos serão anunciados.

Vejamos quais são os Distrito de Templo do Brasil e os Conselhos de Coordenação que fazem parte deles:


Há um número relativamente pequeno de Conselhos de Coordenação dentro de cada Distrito de Templo, em quantidades que variam de 1 a 7, onde o número 4 é o que mais se repete.

Agora, vamos ver como ficariam distribuídos os Conselhos de Coordenação atuais caso os 16 Templos do Brasil estivessem dedicados.

OBS: A lista abaixo é apenas uma estimativa, posso estar enganado em alguns pontos. Também devemos lembrar que quando o últimos desses 16 Templos for dedicado, haverá mais Conselhos de Coordenação e mais Templos no Brasil serão anunciados.

Vejam que nessa projeção, cada vez mais Templos atenderão a um número menor de Conselhos de Coordenação, inclusive muitos atenderão a apenas 1 Conselho de Coordenação (Manaus, Belém, Vitória, Santos, Maceió), ou a dois Conselhos que compartilham a mesma cidade-sede (Rio de Janeiro, Salvador).

Os Templos anunciados recentemente, aliás, são frutos da divisão de Distritos mais numerosos, como Campinas, Recife e São Paulo, que atendiam a 6, 7 e 7 Conselhos, respectivamente, e que com essa projeção atenderiam a apenas 3, 4 e 3 Conselhos.

Com essa projeção, os Distritos de Templo com mais Conselhos de Coordenação teriam apenas 4 Conselhos cada, e seriam apenas dois: Recife e Curitiba. Por isso, não me surpreenderia se nas próximas Conferências Gerais o Presidente Nelson anunciasse um Templo em João Pessoa (atualmente em Recife, e que poderia atender aos Conselhos Natal e João Pessoa, um total de 13 Estacas) ou Florianópolis (atualmente em Curitiba, e que possui 10 Estacas).

Essa é a tendência atual: cada vez mais Templos na terra, e cada vez menos Conselhos de Coordenação em cada Templo, de forma que os Templos estão cada vez mais próximos das Estacas e dos membros.

Segundo o Presidente Nelson, o Brasil é um país onde a Igreja irá “viralizar”, como o ele falou numa entrevista ao visitar nosso país em 2019 [5]. Isso deve incluir a construção de mais templos, como ele mesmo indicou em seu discurso no Devocional especial para o Brasil três anos atrás:

“Eu espero que vocês tenham uma foto do Templo em sua casa. Eu acho que não importa se é o Templo de Campinas, de São Paulo, de Manaus ou Porto Alegre. E vocês terão mais Templos no Brasil. Vocês já sabem disso, como Rio, Belém, e vocês terão mais.” [6]



Notas:

[1] 100 templos anunciados por Presidente Nelson e os conselhos dados. The Church News (português). Disponível em: https://www.thechurchnews.com/pt/templos/2022-04-04/100-templos-anunciados-presidente-nelson-conselhos-dados-33946/ 

[2]  Ver a linha cronológica dos Templos em: https://churchofjesuschristtemples.org/temples/chronology/ 

[3]  Revelação para a Igreja, revelação para nossa vida. Conferência Geral de abril de 2018. Disponível em: https://www.churchofjesuschrist.org/study/general-conference/2018/04/revelation-for-the-church-revelation-for-our-lives?lang=por 

[4]  Organizada a Primeira Estaca na Índia. Liahona, outubro de 2012. Disponível em: https://www.churchofjesuschrist.org/study/liahona/2012/10/news-of-the-church/first-stake-in-india-organized?lang=por 

[5] Em entrevista ao Church Newsroom. Church Newsroom Interview with President Nelson and Elder Cook in Sao Paulo, Brazil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nUx1J-16d94

[6] Devocional com presidente Nelson reúne mais de 37 mil pessoas em São Paulo. Disponível em: https://br.aigrejadejesuscristo.org/devocionaleldernelsonbrasil 


sexta-feira, 24 de setembro de 2021

América do Sul, uma Terra Dedicada - parte 4

Dedicações por toda América do Sul


A dedicação do subcontinente sulamericano é, por si só, um acontecimento importante na história desta última e grande Dispensação. Jamais se havia dedicado um continente ou subcontinente à pregação do evangelho. Isso somente se repetiu em 1952, quando o então Élder Spencer W Kimball dedicou a América Central, ao abrir a Missão Centroamericana, com certeza com a intenção de emular o precedente sudamericano.

No entanto, deve-se reconhecer outro dado importante: cada país sulamericano também foi dedicado individualmente para esse mesmo propósito, levar o evangelho a cada nação, tribo, língua e povo.

Por essa razão, podemos dizer que a América do Sul é uma terra duplamente abençoada, por uma bênção geral a todo o subcontinente e por bênçãos dadas especificadamente para cada país.

Também devemos reconhecer que, recentemente, a América do Sul tem recebido muitas bênçãos apostólicas e proféticas, e falaremos de algumas delas em uma próxima publicação.

No presente texto, vamos conhecer como se deu a dedicação de cada país, por ordem cronológica.


Chile

Muitos são os que consideram que a história da Igreja na Sudamérica começou no Chile. De fato, o Élder Parley P. Pratt viajou ao Chile em 1851, como Presidente da Missão do Pacífico. No entanto, o grupo liderado pelo Élder Pratt (o qual abordaremos numa futura publicação) não realizou nenhum esforço missionário, nem se dedicou a América do Sul ou o Chile ao evangelho nessa ocasião.

Os primeiros missionários que deram início à obra missionária no Chile chegaram em 1956, da Missão Argentina. Nesse mesmo ano, o Élder Henry D. Moyle, então membro do Conselho dos Doze, visitou Santiago do Chile como parte de uma visita às três Missões da Igreja na América do Sul (Brasileira, Argentina e Andina), e, a 5 de julho de 1956, no lar da família Fotherigham (estadunidenses radicados no Chile, e cujo pai havia servido na Missão Argentina), dedicou o Chile à pregação do Evangelho.

 

Equador

O segundo país sulamericano a ser dedicado ao Evangelho Restaurado foi o Equador, dedicado somente nove anos depois do Chile. E aí começou uma sequência de dedicações que marcou o progresso da Igreja nestas terras do Sul.

Em 1965, o Élder Spencer W. Kimball visitava o Equador pela segunda vez. Segundo os registros históricos da Igreja, antes de viajar, o Élder Kimball se reuniu com o Presidente David O. McKay e, estendendo um longo mapa da América do Sul no escritório presidencial, expôs sua visão para esta região, começando pelo Equador, o país que, segundo soube, tinha a maior concentração de indígenas.

No dia 9 de outubro de 1965, o Élder Kimball, acompanhado do Élder Franklin D. Richards (Assistente dos Doze) realizou, pela manhã, uma reunião com os membros locais, e pela tarde se dirigiu ao cume do monte El Panecillo, em Quito, onde dedicou o Equador à Obra da Restauração.

 

Colômbia

O primeiro membro da Igreja a viver na Colômbia foi James Richard Clark, que se mudou para esse país, por seu trabalho, em 1948. Seu filho, Ronald, serviu como missionário de tempo completo na Missão Andina, entre 1959 e 1961.

Apesar disso, somente em 1966 o país da Colômbia foi dedicado à pregação do Evangelho, pelo Élder Spencer W. Kimball, no dia 11 de maio de 1966, no parque nacional Enrique Olaya Herrera, na capital Bogotá.

Nos dias seguintes foram batizados os primeiros conversos e se organizou o primeiro Ramo colombiano da Igreja, e em agosto foram enviados vários missionários à Colômbia. Em 1968 foi organizada uma Missão na Venezuela, de onde passaram a ser enviados missionários à Colômbia, até 1971, quando se organizou a Missão Colômbia Bogotá.

 

Venezuela

A Igreja também chegou à Venezuela por medo de famílias estadunidenses que se radicaram ali por trabalho. Em 1965 começaram a se reunir na casa da família Wilcox.

No ano seguinte, o apóstolo Marion G. Romney, do Quórum dos Doze Apóstolos, visitou a Venezuela acompanhado por F. Burton Howard, dos Setenta, e Ted E. Brewerton, Presidente da Missão Centroamericana, em cuja jurisdição o território venezolano se encontrava. Nessa época, a América Central já havia sido dedicada, mas a Venezuela já era parte da Dedicação de 1925.

No dia 31 de outubro se organizou o primeiro Ramo venezuelano, ainda na casa da família Wilcox, e no dia 2 de novembro de 1966, o Élder Marion G, Romney dedicou a Venezuela, no jardim da casa da família Santaella, uma família amiga da Igreja, na capital Caracas.

Em 1968 foi estabelecida a Missão Venezuelana, com sede em Caracas.

 

Bolívia

A Bolívia é um caso muito particular na história da dedicação de nações sulamericanas, porque é a única entre essas nações que foi rededicada.

A primeira membro da Igreja ali foi Alwina Hulme, que havia sido batizada na Argentina, e trabalhava para as Nações Unidas em La Paz. Os primeiros missionários somente puderam chegar a La Paz, parte da Missão Andina (com sede no Peru) em novembro de 1964, depois de quatro anos buscando autorização oficial para isso.

Em outubro de 1965 foi organizada a Missão Andina Sul, com sede em La Paz, estendendo-se pelo sul do Peru, o norte do Chile e toda a república boliviana.

No dia 1º de junho de 1967 o Élder Spencer W. Kimball dedicou a Bolívia para o evangelho restaurado, numa cerimônia privada na casa da missão, em Calacoto, La Paz. No entanto, em 12 de janeiro de 1979 num parque de El Alto, o Élder Ezra Taft Benson rededicou a Bolívia. Não conheço as razões que o levaram a rededicar a Bolívia.

 

Peru e Uruguai

Estas duas nações sulamericanas foram o caso mais difícil em minha investigação por conhecer os dados referentes a suas dedicações.

Inicialmente, busquei nas páginas oficiais da Igreja, como faço com cada tema que escrevo. Não encontrei nenhuma informação a respeito. Busquei em alguns livros, e não encontrei os dados que buscava. Perguntei a alguns membros em cujo conhecimento confio, e tampouco souberam dizer quando foram dedicados o Peru e o Uruguai, nem quem o fez.

Mas a verdade um hora seria descoberta, e foi o irmão Mark L. Grover quem conseguiu a informação com a ajuda de um amigo seu que trabalha no Departamento de História da Igreja. Agradeço ao irmão Grover por ter me enviado por e-mail as informações que compartilho a seguir.

O Peru e o Uruguai foram dedicados, ambos, pelo Presidente Ezra Taft Benson, então Presidente do Quórum dos Doze, que também rededicou a Bolívia, e dedicou o Paraguai e o  Brasil, numa visita à América do Sul.

O Peru foi dedicado no dia 12 de janeiro de 1979 (o que me parece estranho, porque a Igreja informa em suas páginas oficiais que nesse mesmo dia o Presidente Benson rededicou e Bolívia), na capela de Limatambo, na capital Lima.

O Uruguai foi dedicado no dia 22 de janeiro de 1979, na capital Montevideo.

 

Paraguay

O primeiro membro a residir no Paraguai foi Samuel J. Skousen, que havia servido como missionário na Argentina, e que trabalhou como agregado da Força Aérea dos Estados Unidos no Rio de Janeiro e em Asunción. Enquanto vivia no Rio, ele conheceu o casal Carlos Rodríguez (paraguaio) e Mafalda Figueira (brasileira). Em 1946 os Rodríguez e os Skousen se mudaram para Asunción. Carlos e Mafalda foram batizados sob a jurisdição da Missão Uruguaia. Em janeiro de 1950 foram enviados os primeiros missionários ao Paraguai, ainda a partir da Missão Uruguaia.

Em 1º de julho de 1977 foi organizada a Missão Paraguai Asunción, e em janeiro de 1979 foram realizadas as primeiras caravanas ao Templo de São Paulo Brasil.

Finalmente, depois de rededicar a Bolívia e dedicar o Peru e o Uruguai, o Presidente Ezra Taft Benson viajou ao Paraguai para organizar a primeira Estaca nesse país. E no dia 25 de fevereiro, um domingo, no Jardín Botánico de Asunción, o Presidente Benson dedicou o Paraguai ao evangelho.

 

Brasil

A Igreja de Jesus Cristo chegou ao Brasil oficialmente em 1927, quando o Presidente da Missão Sulamericana, Reinhold Stoof, chegou a esse país acompanhado de missionários, para visitar os primeiros membros que viviam ali - imigrantes alemães que se haviam convertido ainda na Europa.

A família Zapf emigrou ao Brasil em 1913, e os Lippelt no ano 1923, e quando os Zapf e os Lippelt se conheceram estes últimos contataram com os escritórios centrais da Igreja pedindo por missionários e material oficial. Em resposta, a Primeira Presidência escreveu ao Presidente Stoof, que ficou animado em levar o evangelho entre os imigrantes alemães do Sul do Brasil. Um ano depois (1928), se enviaram missionários de forma definitiva para pregar no Brasil.

Contudo, não foi senão em 1980, depois do estabelecimento da primeira Missão (1935), da primeira Estaca (1966), e do primeiro Templo do país (1978), que o Brasil foi dedicado, no dia 12 de outubro (dia das crianças e feriado de Nossa Senhora de Aparecida, a padroeira católica do país) de 1980, pelo Presidente Ezra Taft Benson, Presidente dos Doze, no Parque Rogério Pithon Farias (hoje chamado Parque da Cidade Sarah Kubitschek), em Brasília, capital federal, logo após organizar a primeira Estaca no planalto central do Brasil, com a presença de dezenas de pessoas.

 

Argentina

A última nação a receber a ordenança apostólica de Dedicação foi a Argentina, o que é curioso porque foi ali onde se realizou a primeira ordenança desta natureza na América do Sul.

Ocorre que no ano 1925, como narrado nas publicações anteriores, o Élder Melvin J. Ballard dedicou todo o subcontinente geográfico da América do Sul para pregar o Evangelho, em Buenos Aires. E, apesar de que essa bênção se estende a todas as nações sulamericanas, cada nação recebeu sua própria dedicação. Todas menos a Argentina.

Percebendo que não havia uma Dedicação registrada feita na Argentina para a Argentina especificamente, no ano 2014 o Élder M. Russell Ballard, neto do Élder Melvin J. Ballard, se dirigiu a Buenos Aires, e completou o ciclo de dedicações iniciado por seu avô, no mesmo Parque Tres de Febrero.

 

* Esta é quarta parte de uma série de artigos sobre a história da Igreja na América do Sul, é uma extensão da apresentação feita pelo autor na Celebração dos 95 ano da dedicação da América do Sul, realizada pelo blog História dos Santos dos Últimos Dias no Brasil com o historiador Fernando Pinheiro, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=p9g9Lf4QmWU 

Versão em espanhol disponível em: https://volveraelcorazon.blogspot.com/2021/10/sudamerica-una-tierra-dedicada-parte-4.html




sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Estatísticas da população de Santos na América do Sul

Fonte: https://noticias-br.aigrejadejesuscristo.org/fatos-e-estatisticas

Consultado em setembro 2020.


1. População e Membros da Igreja


País

População

Membros

%

Proporção

Chile

19.275.936

602.373

3,22

1/32

Uruguai

3.534.399

107.103

3,11

1/33

Peru

32.190.340

619.045

1.94

1/52

Bolívia

11.455.992

212.148

1.87

1/54

Equador

17.257.108

253.781

1.49

1/86

Paraguai

7.016.322

96.114

1.38

1/73

Argentina

44.730.084

470.843

1.06

1/95

Brasil

210.200.445

1.429.935

0.68

1/147

Venezuela

28.870.195

168.539


1/171

Colômbia

49.766.445

209.985

0.42

1/237



2. População e Templos

País

População

Templos

Proporção

Uruguai

3.534.399

1

1/3 mi

Paraguai

7.016.322

1

1/7 mi

Chile

19.275.936

2

1/9 mi

Peru

32.190.340

3

1/10 mi

Bolívia

11.455.992

1

1/11 mi

Equador

17.257.108

1

1/17 mi

Argentina

44.730.084

2

1/22 mi

Colômbia

49.766.445

2

1/25 mi

Venezuela

28.870.195

1

1/28 mi

Brasil

210.200.445

7

1/30 mi



3. População e Missões

País

População

Missões

Proporção

Uruguai

3.534.399

2

1/ 1,7 mi

Chile

19.275.936

10

1/ 1,9  mi

Peru

32.190.340

14

1/ 2,3 mi

Bolívia

11.455.992

5

1/ 2,3 mi

Equador

17.257.108

5

1/ 3,4 mi

Argentina

44.730.084

13

1/ 3,4 mi

Paraguai

7.016.322

2

1/ 3,5 mi

Venezuela

28.870.195

4

1/ 5,7 mi

Brasil

210.200.445

35

1/ 6 mi

Colômbia

49.766.445

5

1/ 9,9 mi



4. População e Estacas e Distritos

País

População

Estacas e Distritos

Proporção

Uruguai

3.534.399

20

1/ 176 mil

Chile

19.275.936

90

1/ 214 mil

Peru

32.190.340

129

1/ 249 mil

Bolívia

11.455.992

41

1/ 279 mil

Paraguai

7.016.322

20

1/ 350 mil

Equador

17.257.108

48

1/ 359 mil

Argentina

44.730.084

105

1/ 426 mil

Brasil

210.200.445

316

1/ 665 mil

Venezuela

28.870.195

39

1/ 740 mil

Colômbia

49.766.445

40

1/ 1.244 mil



5. População e Alas e Ramos

País

População

Alas e Ramos

Proporção

Uruguai

3.534.399

134

1/ 26 mil

Chile

19.275.936

528

1/ 36 mil

Peru

32.190.340

780

1/ 41 mil

Bolívia

11.455.992

270

1/ 42 mil

Paraguai

7.016.322

134

1/ 52 mil

Equador

17.257.108

313

1/ 55 mil

Argentina

44.730.084

734

1/ 60 mil

Brasil

210.200.445

2.142

1/ 98 mil

Venezuela

28.870.195

228

1/ 126 mil

Colômbia

49.766.445

249

1/ 199 mil